Sara Oliveira
Mãe de 2 meninos e de uma empresa desde 2015, a Gaia Ortopédica, juntou a sua formação em Farmácia e Ciências Farmacêuticas ao gosto pelo cuidado do meio ambiente e sustentabilidade. Contribui no Na Casa com as suas fantásticas dicas e soluções que usa todos os dias para o seu bem estar e da sua família, respeitando o ritmo da natureza.
Com a chegada do Outono, os dias tornam-se mais pequenos e a paisagem ganha tons de castanho e amarelo dourado. Nesta época, a Natureza oferece-nos os alimentos de que necessitamos para nos protegermos do frio que vai chegando aos pouquinhos. São vários os frutos e legumes de colheita alta em Portugal nesta altura. Selecionei os 8 Frutos “Outonais” para nos aconchegar.
ARTIGO CONTINUA DEPOIS DO ANÚNCIO
8 Frutos de Outono
- Castanha (colheita entre Outubro-Janeiro)
- Amêndoa (colheita entre Setembro-Fevereiro)
- Avelã (colheita entre Outubro-Dezembro)
- Noz (colheita entre Setembro-Dezembro)
- Dióspiro (colheita entre Setembro-Novembro)
- Marmelo (colheita entre Outubro-Dezembro)
- Maçã (colheita entre Agosto-Outubro)
- Romã (colheita entre Setembro-Dezembro)
Castanha
Protagonista na festa tradicional de São Martinho, a castanha tem baixo teor de gordura e é uma excelente fonte de energia, ideal para os dias frios, pois é rica em hidratos de carbono.
É muito utilizada como acompanhamento (assada, cozida e em puré), em sopas e também em sobremesas e bolos. A castanha assada, nos velhos assadores a carvão nas ruas, ou no forno em casa, é a forma como é habitualmente consumida. O cheirinho da castanha assada e o ato de a descascar em momentos de convívio são muito acolhedores.
A seguir deixo uma receita de castanhas assadas que se descascam facilmente 😊
Castanhas assadas no forno
- Lavar as castanhas e fazer um corte em todas elas;
- Colocar as castanhas de molho em água durante pelo menos 30 minutos;
- Escorrer a água, colocar sal nas castanhas e envolver;
- Levar ao forno a 200ºC durante 35-40 minutos;
- Retirar as castanhas do forno, abafá-las com um pano e descascá-las enquanto ainda estão quentes.
ARTIGO CONTINUA DEPOIS DO ANÚNCIO
Amêndoa, Avelã e Noz
Estes frutos integram o grupo dos frutos gordos ou oleaginosos, grandes fornecedores de gordura polinsaturada, com benefício para a saúde, mas muito calóricos.
Podem ser consumidos ao natural, como snack, ou utilizados em saladas, como topping de sopas ou na preparação de sobremesas. Combinam muito bem adicionados a compotas, bolos, panquecas, iogurtes e granolas.
Estes frutos conservam-se por um período de aproximadamente um ano desde que intactos (com casca) e ao abrigo da humidade. Descascados, podem ser guardados em frascos hermeticamente fechados durante 2 a 3 meses. Esta longa conservação permite ter estes frutos secos disponíveis em casa para consumo regular sendo que a dose diária recomendada, com benefícios para a saúde, é de 20g – 30g/dia.
Deixo-te a sugestão para o consumo saudável de amêndoa, avelã e noz ou outros frutos oleaginosos: numa balança de cozinha pesas 20g e utilizas essa quantidade como referência 😉 É importante ter esta quantidade bem definida porque cada 100g de frutos oleaginosos fornece em média 700Kcal!!!
ARTIGO CONTINUA DEPOIS DO ANÚNCIO
Dióspiro
O dióspiro é o fruto de Outono por excelência pois a sua colheita acontece exatamente no período Outonal (finais de Setembro e durante Outubro e Novembro).
De casca fina, polpa gelatinosa ou rija, o dióspiro fornece energia. A cor laranja deve-se à presença de betacaroteno, percursor da vitamina A, benéfico para o sistema imunitário e para a pele.
Os dióspiros devem conservar o pedúnculo (pé) e o cálice (a coroa à volta). Se ainda não se encontrarem suficientemente maduros podem ser colocados junto com outras frutas, como por exemplo a banana, que ao libertar etileno provoca o seu rápido amadurecimento.
A variedade “de roer”, mais rija, conserva-se bem durante vários dias à temperatura ambiente. Já os “de abrir” deterioram-se muito rapidamente e, por isso, o melhor será mantê-los no frigorífico, sobretudo a partir do momento em que estejam bastante maduros, e ir vigiando. No caso destes últimos, se houver grande quantidade, pode congelar-se a polpa, devendo retirar-se primeiro as cascas. Conserva-se em doses individuais ou à medida das necessidades.
A doçura natural do dióspiro torna-o ideal para ser consumido ao natural. Pode ser utilizado em sumos, gelados ou sobremesas, evitando ou reduzindo a adição de açúcar.
Em seguida, apresento-te duas receitas doces para aconchegar os dias mais frios do Outono 😊
ARTIGO CONTINUA DEPOIS DO ANÚNCIO
Compota de Dióspiro com Canela e Vinho do Porto
Ingredientes
- 500g de polpa de dióspiro bem madura
- 250g de açúcar
- 125ml de água
- 1 pau de canela
- 1 casquinha de limão
- 1 estrela de anis
- 1/2 cálice de vinho do Porto
Preparação
- Retirar a polpa do dióspiro. Eliminar partes pretas e a fibra branca junto ao centro. Reservar.
- Colocar num tacho o açúcar com a água e juntar as especiarias e a casca de limão. Ligar o lume médio, envolver com a colher de pau e deixar ao lume.
- Assim que a calda de açúcar começar a ferver (borbulhar), reduzir para lume brando e ir mexendo até atingir o ponto de rebuçado. Para verificar o ponto, colocar um pouco de água fria numa taça e com a colher de pau verter um pouco de calda nessa água, se a calda ficar desfeita, ainda não está pronta, mas se formar rebuçado, já está no ponto.
- Juntar a polpa do dióspiro e o vinho do Porto, retirar a casca de limão e as especiarias e envolver tudo muito bem.
- Utilizar a varinha para que fique tudo muito bem misturado e para que o doce fique liso e homogéneo, especialmente se utilizar dióspiros de roer.
- Deixar espessar a compota e retirar do lume.
- Colocar a compota ainda quente em frascos esterilizados (previamente fervidos, durante 10 minutos e secos com um pano limpo), fechar bem e deixar arrefecer virados para baixo para criar vácuo.
ARTIGO CONTINUA DEPOIS DO ANÚNCIO
Bolo de Dióspiro e Especiarias
Ingredientes
- 4 dióspiros maduros
- 1 ovo
- 125g açúcar
- 50g manteiga
- 1 c. chá canela
- 1 c. chá bicarbonato de sódio
- 1 c. café noz moscada
- ¼ c. café sal
- 2 c. chá fermento para bolos
- 1 limão (raspa)
- 300g farinha T55
- ½ chávena noz picada
Preparação
- Adicionar o bicarbonato de sódio à polpa dos dióspiros.
- Bater a manteiga, o ovo e o açúcar durante 10 minutos.
- Adicionar a polpa dos dióspiros e a raspa do limão.
- Juntar a farinha, o sal, as especiarias e o fermento e misturar.
- Adicionar as nozes e envolver.
- Transferir para uma forma antiaderente ou untada com manteiga e polvilhada com farinha e levar ao forno pré-aquecido a 180°C durante 50 minutos. Fazer o teste do palito para testar a cozedura (o palito deve sair seco).
ARTIGO CONTINUA DEPOIS DO ANÚNCIO
Marmelo
Baixo em calorias e rico em fibras, o marmelo é uma ótima fonte de vitamina C. A polpa é áspera, amarga e adstringente, razão pela qual raramente é utilizado em cru.
Pode ser consumido cozido ou assado, como acompanhamento de outros pratos, ou em compotas e sobremesas.
A marmelada, uma compota feita com marmelo e de origem conventual, é um tesouro gastronómico nacional que nos permite beneficiar do marmelo o ano todo.
A marmelada é então uma ótima sugestão para utilizares os teus marmelos e ofereceres uma tacinha desta deliciosa compota a amigos ou familiares ou, simplesmente, para teres disponível quando recebes convidados. Pode acompanhar o pão, tostas, bolachas e combina muito bem com queijo. Não terás dificuldade em encontrar a receita de marmelada tradicional online. Só precisas de marmelos e açúcar. A quantidade de açúcar é equivalente à quantidade de marmelo. A marmelada pode ser preparada em grande quantidade e colocada em taças previamente fervidas, que são depois armazenadas no frigorífico ou no congelador. Uma vez que contém grande quantidade de açúcar, a marmelada deve ser consumida em pequena quantidade diária. A vantagem é que pode ser conservada por muito tempo no frigorífico.
ARTIGO CONTINUA DEPOIS DO ANÚNCIO
Maçã
Com a colheita a iniciar no final do Verão, a maçã chega-nos sobretudo do Oeste, do Alentejo, de Trás-os-Montes e da Beira Alta.
Ao natural, em receitas doces, purés, assada ou cozida, resulta sempre bem, sendo um alimento leve e baixo em calorias.
A maçã conserva-se bem à temperatura ambiente mais do que uma semana. Pode ser conservada no frigorífico para maior duração. Se tiveres muitas maçãs a amadurecer, uma sugestão é a de as descascares, triturares e fazeres puré que pode ser conservado no congelador em doses individuais. É excelente para acompanhar carnes assadas, granolas e iogurte, ou até para recheio ou cobertura de bolos e para molhos. As maçãs muito maduras também podem ser utilizadas para fazer doces ou compotas.
Se não tens marmelos, podes fazer ”marmelada” de maçã, utilizando o mesmo procedimento que a marmelada tradicional. Uma amiga minha confecionou e ofereceu-me. Estava uma delícia! Chamo de “marmelada” porque a consistência era igual à da marmelada tradicional.
ARTIGO CONTINUA DEPOIS DO ANÚNCIO
Romã
A romã é um “hino” ao Outono pois, tal como o dióspiro, a sua colheita acontece exatamente no período Outonal (entre finais de Setembro e meados de Dezembro).
Fonte de fibra e de vitamina C e B6, os seus bagos, que na verdade são sementes, contêm uma enorme concentração de substâncias antioxidantes, como as antocianinas, o pigmento responsável pela bonita cor que vai de rosada a rubi.
A romã pode ser consumida ao natural, em sumos ou em sobremesas. Apesar do seu delicioso sabor, a romã tende a ser pouco consumida porque a sua preparação é muito trabalhosa. Além da casca é necessário retirar as membranas brancas que envolvem os suculentos bagos.
Uma sugestão para facilitar o desprendimento dos bagos é o de cortar a romã ao meio e em seguida bater na casca de cada uma das partes com uma colher de pau. Os bagos podem ser consumidos inteiros ou podem ser triturados originando um delicioso sumo natural.